Quando O Enxergar Vai Além dos Olhos

Inajara Laís Maciel, Maria Teresa Triñanes

Resumo


Este estudo visa refletir sobre as dificuldades para a inserção de ações inclusivas no âmbito escolar brasileiro, no qual, pais, professores e alunos com deficiência visual buscam uma educação Infantil de qualidade pautada em atividades adaptadas para criança com baixa visão ou cegueira. A acessibilidade acadêmica, sob o ponto de vista do professor e da escola, tem encontrado alguns entraves para o desenvolvimento dos processos pedagógicos inclusivos no ensino regular. O currículo comum disponibilizado e as avaliações da aprendizagem estão acessíveis de forma favorável somente para o aluno com NEE, e não para a escola como um todo, estimulando uma segregação invisível. Para este estudo, utilizou-se como metodologia a revisão bibliográfica na qual se destacaram autores que tratam a inclusão como uma questão de transformação conceitual, crença e cultura social. Observou-se que o currículo Os recursos adaptados para deficiência visual precisam estar em harmonia para que a inclusão educacional seja processada com eficiência. Sabe-se que o aluno com deficiência visual precisa ser ouvido para que se tenha suas especificidades atendidas e expectativas acadêmicas contempladas. Ainda em tempos atuais é preciso defender a inclusão de crianças com baixa visão ou cegueira total na educação infantil. É vital, pois o espaço escolar é privilegiado para se aprender a lidar com todas as questões de diferenças, sejam elas: culturais, sociais, físicas, sensoriais, intelectuais, visando claramente combater a desigualdade e exclusão que esses alunos vivem dentro de nossa sociedade brasileira. Deve-se trazer o exercício do pensar na escola como formação de um cidadão.


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